O que fazer quando todos os fundamentos são destruídos?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

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Referência: Salmos 11.1-7
INTRODUÇÃO
1. Os fundamentos da nossa civilização estão destruídos
1. Inversão de Valores - Estamos vivendo a inversão dos valores na sociedade contemporânea: chamam o mal de bem e o bem de mal; chamam luz de trevas e trevas de luz; chamam o doce de amargo e o amargo de doce (Is 5.20). A profecia de Rui Barbosa está se cumprindo: As pessoas parecem que têm vergonha de ser honestas. Esta semana vimos o principal traficante do Brasil sendo transportado de jato particular debaixo dos holofotes da imprensa para uma audiência, num gasto de R$ 41.000,00 reais sendo que as pessoas honestas são desamparadas e morrem à míngua.
A violência chegou a um nível insuportável. No Rio de Janeiro quatro jovens arrastaram um menino de seis anos pelas ruas da cidade preso ao sinto de segurança por sete quilômetros. Detalhe: o menino era da Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca e o líder dos bandidos freqüentava igreja evangélica. Uma gangue invadiu esta semana uma escola pública da nossa cidade para matar três alunos. As igrejas estão sendo hoje um dos principais alvos dos bandidos para assaltos.
1. Vivemos numa sociedade onde a criminalidade parece estar fora de controle. O tráfico é um poder paralelo que desafio o Estado de direito.
2. O mundo fala de paz, mas gasta mais com a guerra.
3. As nações poderosas se fortalecem explorando as pobres.
2. A infidelidade
4. Vivemos numa sociedade onde a fidelidade parece ser uma virtude pré-histórica. A infidelidade conjugal está chegando a níveis intoleráveis. Onde escasseiam as famílias onde reina a harmonia, onde um deputado acaba de se eleger por um partido e muda de partido no dia seguinte.
3.A corrupção moral
5. Vivemos num país onde a corrupção é endêmica e sistêmica a ponto da três classes que deveriam ser o principal referencial de ética no país, são as três classes mais desacreditadas da nação: POLÍTICOS, POLÍCIA E PASTORES.
6. O homossexualismo que até a poucos anos era um assunto escondido, hoje a televisão faz apologia em suas novelas e documentários.
4. A decadência espiritual das igrejas
7. As igrejas evangélicas até alguns anos eram guardiãs dos valores absolutos, hoje muitas igrejas tornam-se covil de salteadores. A igreja está sendo mais conhecida nas páginas policiais do que pela sua vida piedosa.
8. O povo chamado cristão era considerado até a alguns anos como referência de honestidade, hoje ser evangélico está se tornando sinônimo de caloteiro, de mal pagador, de mau caráter. Muitas empresas já ficam com o pé atrás de contratar funcionários crentes.
5. Quando os fundamentos estão destruídos, a população se desespera
9. Davi estava sendo perseguido por Saul. Saul queria matar Davi e o procurava pelas cidades, campos, desertos e cavernas. Ele era o rei, ele era a lei, ele era a força. Ele não tinha a quem prestar contas. Ele era absoluto. Ele oprimiu, perseguiu e matou. Ele estava acima da lei. Quando reina a opressão, o povo se desespera. Quando faltam critérios de justiça o povo geme. Quando os valores estão invertidos, a população se desespera.
10. No Brasil alguns políticos, que foram acusados de corrupção, com provas fartas de sua implicação, foram reconduzidos ao poder, alguns com uma votação majestosa. Estamos ensinando as novas gerações que o crime compensa.
I. O PROCESSO DA DESTRUIÇÃO DOS FUNDAMENTOS
Toda a era moderna foi uma tentativa de destruir os fundamentos antigos e erigir em seu lugar novos fundamentos. Jesus, porém, alertou: “Aquele que ouve a sua Palavra e não a coloca em prática é como um homem que constrói sua casa sobre a areia”.
A HISTÓRIA DO PENSAMENTO MODERNO consiste na sucessão de fundamentos: 1) DO RACIONALISMO AO ILUMINISMO; 2) DO EMOCIONALISMO AO EXISTENCIALISMO; 3) DO EXISTENCIALISMO AO EXPERIENCIALISMO. Mas, quando a chuva cai, o vento sopra e os rios batem nesses alicerces eles entram em colapso.
A era moderna durou apenas 200 anos: Da queda da Bastilha em 1789 a 1989 com queda do Muro de Berlim. Desde 1989 nós vivemos o tempo da Pós-Modernidade: PLURALIZAÇÃO, PRIVATIZAÇÃO E SECULARIZAÇÃO. A proposta da pós-modernidade é construir sem fundamentos, construir sobre o caos.
Nossa sociedade não tem verdade absoluta. Acabaram os limites. Acabaram os princípios. Os marcos antigos foram removidos. Voltamos ao período dos Juízes de Israel, cada um faz o acha que deve fazer. A própria Igreja Evangélica está confusa. Na década de 1990 a 2000 crescemos 58% no Brasil, mas o país não mudou. As pessoas entram na igreja, mas não são transformadas. Constroem sobre a areia. O evangelho não está presente mais nos púlpitos. Os pregadores estão atrás de aplausos e riqueza em vez de buscarem a glória de Deus e a salvação dos perdidos.
No passado, as pessoas argumentavam em torno do que é certo e errado; do que é verdadeiro e falso. Hoje as pessoas negam o conceito de moralidade e verdade. Eles colocam seus sentimentos acima da verdade de Deus.
O PRAGMATISMO domina a ação do governo, das instituições de ensino e também das igrejas. O importante é levar vantagem. O importante é o sucesso. O que importa é não é a verdade, mas o que funciona. Não me interesso pelo certo, mas pelo que dá certo. O que importa é fazer a igreja crescer, mesmo que para isso eu precise mudar a mensagem. O que importa é agradar a clientela, mas que para isso eu sacrifique a verdade.
O pragmatismo está dominando as igrejas. Estamos vendo hoje o evangelho de consumo. As pessoas pregam o que o povo quer ouvir. Não há mais pregação poderosa; o povo quer testemunhos. As pessoas não querem mais a exposição das Escrituras, mas a revelação profética das últimas novidades.
ESSA QUESTÃO DA DESTRUIÇÃO DOS FUNDAMEMNTOS NÃO É UMA QUESTÃO NOVA
11. Na época de Davi os fundamentos estavam sendo destruídos. Saul era a lei e agia ao arrepio da lei.
12. Na época do Império Romano a sociedade era pluralista. Os romanos eram tolerantes com todas as religiões. Os cristãos só foram perseguidos porque criam numa verdade absoluta.
13. Durante o período do Iluminismo o mundo passou a desprezar a Bíblia. Muitas igrejas deixaram de crer no sobrenatural.
14. No século XIX o Liberalismo devastou os fundamentos e desprezou a infalibilidade, a inerrância e a suficiência das Escrituras.
15. No Século XX o Misticismo tomou conta das igrejas. As pessoas correm atrás de experiências, de milagres, de sinais, de profetas, de cura, de prosperidade. Buscam sentir-se bem e não a Deus. Estão atrás de emoções fortes e não da verdade. Estão centradas no homem e não em Cristo. Os fundamentos estão sendo destruídos.
16. No Século XXI temos assistido um esforço concentrado de pseudo-cientistas e escritores cheios de empáfia lançar seu veneno contra a fidedignidade dos relatos bíblicos, sobretudo, acerca de Jesus.
II. O CONSELHO INSENSATO DOS MEDROSOS (V.2)
17. Os amigos de Davi lhe aconselham: FUJA! ESCAPE! Não enfrente o inimigo, esta é uma causa perdida. Não há chance de sair vitorioso. Muitas vezes somos tentados a desistir, a desanimar, a entregar os pontos, a parar de lutar. Somos tentados a fugir como os soldados de Saul fugiram de Golias, fugir da escola, do trabalho, da empresa, da igreja, do casamento, da cidade, do país.
18. Os conselheiros de Davi argumentam com FATOS:
1) A violência do inimigo é implacável – Eles já armaram o arco e estão com a flecha pronta para atirar;
2) A política do inimigo é enganadora – Eles agem traiçoeiramente, na escuridão. É uma conspiração velada. É uma trama invisível. É uma armadilha fatal;
3) A ação do inimigo é demolidora – Os ímpios destruíram os fundamentos. Eles colocaram por terra os valores absolutos. Eles arrancaram os marcos antigos. Eles viveram os valores de ponta cabeça.
19. Fugir não é solução:
1) O profeta Jeremias queria fugir do ministério: “eu não vou mais falar no teu nome” (20.9).
2) O profeta Elias queria fugir da perseguição de Jezabel (19.10).
3) Jonas tentou fugir de Deus indo para Társis.
4) Pedro tentou levar Jesus a fugir da cruz.
III. O QUE FAZER QUANDO OS FUNDAMENTOS ESTÃO SENDO DESTRUÍDOS (v. 4-7)
20. Este Salmo fala de duas teologias:
1) A SEGURANÇA SÓ PODE SER ENCONTRADA NA FUGA – Se você está ameaçado, abandone as causas justas e fuja. Salve a sua pele. Proteja-se;
2) A SEGURANÇA É ENCONTRADA PELA CONFIANÇA NO CUIDADO PROTETOR DE DEUS (v.1) – Fugir é covardia. É negar nossa confiança em Deus. Davi encontrou quatro razões para triunfar sobre o medo. A cena sombria dos versos a 1 a 3 se desfaz diante do Senhor. Esse Rei está ocupando o seu lugar e não refugiado. Sua cidade tem alicerces (Hb 11.10). Quais são as razões que a fé encontra para triunfar sobre o medo?
1. A soberania de Deus (v. 4)
A resposta de Davi diante do conselho dos amigos para fugir e se esconder é que Deus reina. Ele está no trono. Ele não apenas reina no céu e a partir do céu. Mas também ele reina na terra. Ele está no seu santo templo, a igreja. Ele habita com a igreja e na igreja.
Ainda que a cultura destrua os fundamentos da sociedade, o povo de Deus está seguro. Deus está presente e não fugindo. Ele está no trono. Ele governa. Ele reina. A história não é uma nave espacial sem rumo. Deus está no controle de todas as coisas.
Deus conhece nossos inimigos, conhece suas estratégias. Ele nos guarda e nos dá a vitória. O mal não triunfará para sempre. Os ímpios não prevalecerão.
O Salmista olha os fundamentos destruídos debaixo dos seus pés, mas vê o trono inabalável de Deus acima da sua cabeça. A terra pode estar em crise, mas não o céu. O mundo pode estar transtornado, mas não o trono do Deus Todo-poderoso.
2. O conhecimento de Deus (v. 5)
O senhor prova os corações dos homens. Ele conhece suas intenções, seus projetos. Ninguém escapará do escrutínio de Deus e do seu julgamento.
a) O Senhor põe à prova ao justo para abençoá-lo – Deus fez isto com Abraão, Deus fez isto com os amigos de Daniel, Deus fez isto com Jó. O Senhor nos prova para nos fortalecer e nos colocar mais perto dele e mais dependentes dele.
b) O Senhor põe à prova o ímpio e sua alma o abomina – As intenções do ímpio são arrogantes e Deus resiste ao soberbo.
3. O juízo de Deus (v. 6)
Os ímpios que tramam, que corrompem, que destroem os fundamentos não escaparão do juízo de Deus. Podem escapar do juízo dos homens, mas jamais do juízo divino.
Eles serão banidos para sempre da face de Deus para o fogo eterno. Fogo e enxofre é uma alusão à destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24). Enquanto o Senhor distingue os justos e lhes dá morada eterna e comunhão, os ímpios recebem a chuva do juízo.
Deus mandou o seu juízo no dilúvio, em Sodoma, na Torre de Babel, no desalojamento das nações cananitas, na queda de Jerusalém, na queda da Babilônia, dos grandes impérios. Ah, mas o maior juízo de Deus será derramado no dia do juízo final. Todos vão ter que comparecer perante o tribunal de Deus e terão ser julgados segundo as suas obras.
4. A recompensa de Deus (v. 7)
O Salmo termina como começou, com o Senhor. Sua soberania, sua intervenção e suas recompensas são uma resposta ao medo do verso 3 e à frustração do verso 3b.
Davi olhou não para a sociedade sem fundamentos, mas para Deus. Ele viu não o poder do inimigo, mas a majestade de Deus. Em vez de buscar falsos refúgios, buscou a Deus.
Davi encontrou paz no meio da tempestade. Ilustração: Um dia de domingo eu cheguei na igreja e vi dois pássaros cantando na copa da mangueira defronte do nosso templo. Então, comecei a meditar sobre o que estavam cantando. Um conversava com outro ao ver os crentes entrando para o templo preocupados, ansiosos e com medo. Um perguntou: Por que eles estão preocupados e com medo? O outro respondeu: É por que eles não têm o Pai que nós temos ou pensam que não têm.
A maior recompensa do salvo é contemplar a face daquele que nos contempla todos os dias e nos sonda. Veremos o Senhor face a face e reinaremos com ele. Ah! O seu trono jamais será abalado e nessa cidade onde vamos morar os fundamentos jamais serão destruídos!

Fonte: Hernandes Dias Lopes
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