Aleitamento Natural X Aleitamento Artificial

sábado, 30 de julho de 2011

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O ideal é que o bebê seja amamentado, exclusivamente, no peito por pelo menos 6 meses, pois desta forma haverá: 

*trabalho dos músculos dos lábios, língua e face, facilitando a elevação da língua e o vedamento dos lábios.
*preparação da musculatura para futura mastigação.
*reforço da respiração nasal.
*preparação dos músculos para boa mobilidade na produção dos sons da fala.
*desenvolvimento do terço inferior da face e da maxila, para bom posicionamento dos dentes.
*crescimento da mandíbula,entre outros benefícios.
Estamos falando do que é ideal, mas nem sempre o ideal é possível. Nem sempre a realidade da vida das mulheres permite que isso aconteça; então, muitas vezes entra em campo a tão famosa mamadeira. Que nem de longe se compara ao seio materno, tanto em forma como em função. Algumas até que tentam se aproximar, mas não é possível criar forma, consistência e matéria prima tão perfeita quanto o peito da mãe, não é ?
Para saber um pouco mais sobre estas diferenças, a seguir vamos traçar paralelos entre estas duas formas de alimentação.
MAMADEIRA X PEITO
Uma das principais diferenças entre a mamadeira e o peito é a proctabilidade, ou capacidade de distensão, de elasticidade, de um e outro. Os bicos de borracha (fig. 1) são significamente menos elásticos que o bico natural (fig. 2), portanto não se amoldam à boca da criança como deveriam, impedindo o bom posicionamento e trabalho da língua. 
Fig. 1 - amamentação na mamadeira
( "SOS Respirador Bucal", Gabriela Dorothy de Carvalho, pág. 226, fig. 13.12 ) 
amamentação na mamadeira
A - Posição da língua no bico fisiológico B - posição da língua no bico Ortodôntico 
Nos dois casos (A e B ) observar a posição da língua e comparar com a fig 2. 
Fig. 2 - amamentação no peito
("SOS Respirador Bucal", Gabriela Dorothy de Carvalho, pág. 235, fig. 13.14 ) 
amamentação no peito
A,B,C,D e E sequência de posicionamento da língua na ordenha, mostrando a passagem da onda peristáltica que conduz o leite por toda a extensão do mamilo. 
 
*Outra diferença é como a criança abocanha o bico, chamamos isso de "pega". Na "pega" avaliamos como os lábios são utilizados para promover o vedamento entre lábios e bico, para que a amamentação possa ocorrer. No aleitamento natural os maiores responsáveis por uma boa "pega" são o lábio superior e a abertura adequada da boca, que faz com que todos os músculos da boca funcionem em equilíbrio. Já no aleitamento artificial é o lábio inferior que atua mais intensamente e a abertura de boca não acontece na amplitude necessária causando desequilíbrio dos músculos e, portanto, desequilíbrio da função sucção.
*Durante a "pega" do mamilo, ocorre um alongamento adequado do mesmo e ele toma a forma da cavidade bucal do bebê, fazendo com que haja correto posicionamento e funcionamento da língua (fig.2 A - E). Já na "pega" do bico da mamadeira, a boca se adapta a ele, pois é feito de material (silicone ou látex) rígido e não pode ser alterado. Nesse caso, a língua não terá condições de posicionar-se e trabalhar corretamente e, como consequência, teremos uma língua flácida, sem tonicidade suficiente para manter-se dentro da boca.
*Uma outra diferença é a maneira como a criança extrai o leite do bico. No aleitamento natural o leite é extraído por meio de movimentos anteroposteriores da mandíbula, realizados por determinados grupos musculares. Esses movimentos são os responsáveis por produzir o crescimento e desenvolvimento da mandíbula, preparando os músculos para que no futuro a criança possa mastigar alimentos com todos os graus de consistência. Na amamentação artificial estes mesmos grupos musculares são praticamente ignorados, não realizando nem 30% do seu potencial. Consequentemente, não existe estímulo de crescimento e desenvolvimento mandibular e, com isso, a criança manterá o retrognatismo fisiológico (queixo para trás, fig. 3 e 4), além do que a musculatura responsável pela futura mastigação não será tonificada, portanto sem o preparo adequado.


Fig. 3 e 4 - Retrognatismo Fisiológico (queixo para trás)
Retrognatismo Fisiológico

*O processo da deglutição (ato de engolir), na mamadeira distingue-se completamente da deglutição no peito. No peito a coordenação dos movimentos da língua, seu correto posicionamento enquanto descansa e enquanto trabalha, o local onde o leite é depositado farão com que a deglutição ocorra normalmente. Ao contrário, na mamadeira onde os grupos musculares utilizados não são os que deveriam ser, a língua não é bem posicionada e o leite extraído sendo depositado em local que favorece engasgos, favorece o processo alterado da deglutição.
*A criança amamentada no peito precisa em média de 10 a 20 minutos em cada um deles para se satisfazer por completo. Desta forma, ela estará alimentada, terá sua musculatura exercitada e terá suas necessidades afetivas e neurológicas supridas. Uma criança amamentada na mamadeira precisa em média de 5 a 7 minutos para ingerir o leite (aproximadamente 180 ml), tempo suficiente para satisfazer suas necessidades nutricionais, mas tempo insuficiente para satisfazer as necessidades anteriormente referidas.
*Uma última diferença é que o tempo maior no peito permite que o estômago digira com mais facilidade o leite, pois apresenta pré-digestão intrabucal. O leite ingerido em pequenas quantidades também é digerido por partes, não apresentando, portanto, grande distensão estomacal. A ingestão rápida na mamadeira promove distensão rápida das paredes do estômago, podendo provocar diarreias e cólicas.
Está claro que amamentar o bebê no peito só traz vantagens, não é?
Na realidade, esta é a melhor opção, mas caso isso não possa ocorrer, existem orientações da melhor forma de alimentar seu bebê através da mamadeira, causando o mínimo de danos possíveis. 
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