Saúde: Compulsão Alimentar

quinta-feira, 19 de maio de 2011

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Diariamente, o indivíduo compulsivo enfrenta momentos de total descontrole sobre o comportamento alimentar e em seguida tende a recriminar-se pelos exageros cometidos. Embora múltiplos fatores possam contribuir para o surgimento da compulsão, o componente emocional não pode ser desprezado.

Em meu consultório tenho observado que boa parte dos pacientes compulsivos provêm de famílias cujos membros não conseguem preservar sua privacidade.

Nestas famílias, os assuntos pessoais tornam-se públicos e as decisões individuais só são respeitadas se estiverem de acordo com o “consenso oficial”.
Este contexto, em que a opinião e a vontade dos outros suplanta a do próprio indivíduo, reduz as chances da pessoa desenvolver a habilidade de reconhecer suas necessidades emocionais e de vir a satisfazê-las. Em outras palavras, pode-se dizer que frente a tantas pressões torna-se complicado ouvir a si mesmo e atender aos próprios desejos.
Em resposta a este ambiente, nota-se que muitos indivíduos apresentam uma espécie de insatisfação em relação a si mesmos e à própria vida. E qual seria a solução encontrada para amenizar esta insatisfação? Para alguns, a saída parece ser, justamente, o desenvolvimento da compulsão, pois o consumo excessivo de alimentos gera uma sensação de plenitude e contribui para aplacar a angústia sentida.
“As causas psicológicas deste distúrbio variam de indivíduo para indivíduo”
É interessante notar que no momento em que a compulsão se instala, a atenção do indivíduo tende a voltar-se para o distúrbio alimentar e ele deixa de refletir sobre os fatores que geraram este problema.
Neste momento, o discurso do paciente reflete apenas sua preocupação com o ato de comer: ele descreve tudo o que ingeriu durante o dia, fala da culpa, dos receios e da vergonha, mas em momento algum menciona as dificuldades emocionais que geraram e que mantêm seu problema.
Para aqueles que vivenciam esta situação, o mais importante é compreender que para tratar a compulsão é necessário um acompanhamento psicológico que viabilize o processo de reflexão. O que realmente importa é que cada um descubra quais são suas necessidades afetivas e que encontre maneiras de supri-las, evitando fazer uso dos alimentos para reduzir a insatisfação sentida.
Antes de encerrar é importante esclarecer que este texto descreveu um quadro observado em parte dos pacientes que sofrem de compulsão alimentar. As causas psicológicas deste distúrbio variam de indivíduo para indivíduo e, portanto, cada caso deve ser cuidadosamente analisado por um especialista que poderá, então, propor um tratamento adequado.
Flávia Leão Fernandes
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